Vivemos um dos momentos mais cruciais da história política
do Brasil. As forças da oligarquia reacionária e do atraso engendraram uma ação
de impeachment contra a presidenta Dilma sem nenhuma prova concreta de crime,
contando com o apoio de parte do estado policial. A elite brasileira que há
muito tempo se encontrava fora do poder, derrotada pelo voto popular em 2014,
sentiu na pele a impossibilidade de tão cedo retomar o poder.
O candidato do PSDB que disputou a presidência da República com
o apoio das forças mais retrógadas do país, ao ser derrotado não aceitou o
resultado das eleições e a vitória de um projeto há 13 anos no poder. Ele então
organizou um Centrão dentro das casas
legislativas da Câmara e do Senado, sob o comando de corruptos, ladrões e
malfeitores para inviabilizar o resultado vitorioso do pleito de 2014.
Conseguiram na base do tapetão afastar a presidenta eleita e colocar no seu
lugar um vice conspirador e golpista.
As primeiras iniciativas deste (des)governo impopular e
ilegítimo começam a deixar em pânico parcelas da sociedade que até então
propunham a saída da presidenta Dilma Rousseff. Em ritmo acelerado, o governo
interino do conspirador vai desmontando as políticas sociais que durante 13
anos levaram milhões e milhões de brasileiros à condição de cidadania, e tudo
indica que se assim continuar entraremos em um perigoso ciclo de retrocesso e
possivelmente de autoritarismo.
As próximas ações dos golpistas apontam para inviabilizar os
programas Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida; na área da educação o FIES e o
Prouni, e ainda propõem o pagamento de mensalidades em universidades públicas.
Na área da saúde um verdadeiro retrocesso em relação ao atendimento do SUS,
Farmácia Popular e do Mais Médicos. Pasmem! Para dizer que iriam fazer a diferença
reduzindo ministérios, eles misturaram várias áreas incompatíveis umas com as
outras transformando o modelo do estado brasileiro num verdadeiro furdunço
político. Acabaram como o Ministério da Cultura que há anos representava o
pensamento, a criatividade e a produção dos setores da arte e do meio cultural
brasileiro. Na área da economia de mercado trouxeram para a Fazenda,
Planejamento e Banco Central verdadeiros falcões que vivem exclusivamente sob o
manto do capital privado e predador que atende aos interesses de banqueiros, empresários
golpistas e da agenda financista norte-americana. No Itamaraty puseram um
chanceler que na verdade olha para o Brasil com a visão voltada para os
interesses do grande capital e tenta enterrar a política multilateral que priorizava
políticas para o terceiro mundo, países latino-americanos, mais os membros do
BRICS (Brasil, Rússia, India, China e África do Sul), além do continente
africano.
As forças democráticas e de esquerda precisam encarar este
acinte de forma frontal e direta, não só com palavras de ordem, mas se
contrapondo junto com a sociedade brasileira e os movimentos organizados a este
desmonte antidemocrático e autoritário.
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